16 de março de 2010

9º ano 2010 - Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

Entre 1870 (século XIX) e 1914 (século XX), o processo de industrialização esteve bastante acelerado e Inglaterra, França, Rússia, Alemanha, o Império Austro-Húngaro e Itália se consolidaram como as principais potências do continente europeu.
Essas nações investiram elevadas somas de dinheiro em armas e modernizaram seus exércitos. Embora disputassem entre si o domínio de diversos territórios na Europa, na Ásia e na África, esses países resolviam tais questões por meio de acordos diplomáticos. Na época, para garantir a paz e ao mesmo tempo encontrar uma solução para os diferentes interesses em jogo, os países europeus firmaram diversas alianças entre si.

Um dos primeiros acordos foi a Tríplice Aliança, tratado assinado em 1882 (século XIX) entre os governos da Alemanha, Itália e Império austro-húngaro (lembrando que Itália e Alemanha haviam terminado seu processo de unificação recentemente e por isso se sentiam “prejudicados” em relação aos territórios “neo-colonizados” principalmente na África e na Ásia). Por meio desse tratado, representantes dos três países assumiam o compromisso de lutar em favor dos outros em caso de guerra.

Preocupados com a Tríplice Aliança, os governos da França e da Rússia firmaram, em 1894, um acordo de ajuda militar conhecido como Aliança Franco-Russa. Em 1904, o governo da França assinou um novo tratado, desta vez, com a Inglaterra. Era a chamada Entente Cordiale – em francês, “entendimento amigável”. O acordo pôs fim a décadas de conflitos por territórios coloniais na África e na Ásia.

Em 1907, em oposição à Tríplice Aliança, os governos da França, Inglaterra e Rússia formaram a Tríplice Entente.

Apesar da aparência de paz, o clima de tensão era grande na Europa. Os governantes sabiam que, diante de tantos tratados e acordos mútuos, caso irrompesse uma guerra no continente, ela acabaria por envolver muitos países ao mesmo tempo.

Uma das regiões mais tensas da Europa eram os BÁLCÃS, onde se encontravam povos de diferentes etnias e culturas, como eslavos, sérvios, croatas, turcos, entre outros. A região vivia sob o controle do Império turco-otomano, que estava em decadência e vinha perdendo o domínio de muitos territórios.

Um deles foi a região da Bósnia-Herzegovina, que se encontrava sob tutela do Império Autro-Húngaro desde 1878 e em 1908 foi formalmente anexada aos domínios imperiais. Os sérvios, que tinham interesse no território, lançaram uma campanha terrorista contra a presença austríaca na Bósnia-Herzegovina.

O auge desse movimento se deu em 28 de junho de 1914, quando o herdeiro do trono Austro-Húngaro, o arquiduque Franz Ferdinand, foi assassinado por um estudante bósnio, simpatizante da Sérvia, durante uma visita a Sarajevo, capital da Bósnia.
Os representantes do Império Austro-Húngaro responsabilizaram o governo da Sérvia pelo assassinato de seu herdeiro e declararam guerra ao país. O governo da Alemanha, um dos parceiros do Império Austro-Húngaro na Tríplice Aliança, também declarou guerra aos sérvios. O outro representante da aliança, o governo da Itália, preferiu manter a neutralidade. Posteriormente, os italianos entraram nos combates contra os alemães e os autro-húngaros.

Em pouco tempo, mais nações participavam do conflito. Os russos, tradicionais aliados dos sérvios, declararam guerra aos Império Austro-Húngaro e à Alemanha. Os governos da França e Inglaterra, por sua vez, parceiros da Rússia no Tratado da Tríplice Entente, juntaram-se aos russos na luta contra os austro-húngaros e alemães.
No início da guerra, as principais lideranças da Europa acreditavam que o conflito não duraria muito. No entanto, não foi isso que aconteceu.

O imenso poder de fogo das metralhadoras e granadas impediu que o confronto ocorresse nos mesmos moldes do século XIX, quando os combates aconteciam em campo aberto. Com os novos armamentos, o movimento das tropas ficou prejudicado: as conquistas territoriais tornaram-se pequenas e o número de soldados mortos aumentou de maneira significativa.

Por isso, os militares adotaram uma nova tática: em vez de enfrentar o inimigo no campo de batalha, preferiram cavar TRINCHEIRAS, nas quais ficavam (às vezes por meses) à espera do adversário. Diversas batalhas foram travadas assim, na disputa por apenas alguns metros de território.

Em 1915, os alemães passaram a utilizar submarinos para bloquear o transporte de suprimento de seus inimigos. Um dos alvos principais eram os navios ingleses que se dirigiam à França. Em 1917, a guerra submarina alemã foi estendida a uma ampla área do litoral europeu, ameaçando qualquer navio adversário. Isso estimulou o governo dos Estados Unidos a declarar guerra à Alemanha em abril de 1917.

Cerca de 2 milhões de soldados dos EUA foram transportados até a Europa em comboios de navios. Com o envio de tantos soldados estadunidenses para os campos de batalha, a guerra (que até então estava equilibrada) passou a pender favoravelmente para o lado dos países da Entente.

O conflito caminhava para o fim. Em março de 1918, os russos anunciaram que se retiravam da guerra devido a questões internas: uma revolução tomou conta do país. O czar Nicolau II foi destituído do poder e revolucionários comunistas assumiram o comando da Rússia.

Ainda em 1918, turco-otomanos e austro-húngaros não suportavam mais o cerco das tropas aliadas e se renderam. Com a rendição da Alemanha, em novembro, terminou a Primeira Guerra Mundial.

FONTE: CARDOSO, Oldimar Pontes. História Hoje. São Paulo: Ática, 2006.

ATIVIDADES:

1. Quais os principais motivos dos conflitos entre os países envolvidos na Primeira Guerra Mundial?

2. Qual o interesse dos EUA em se envolver na Guerra?

3. Na sua opinião, a Guerra foi uma boa solução para resolver os problemas entre aqueles países? Por que?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Então minha gente, podem fazer críticas e sugestões...