28 de abril de 2014

2014 / 8º ano - AULA 4: "Colonização e Independência da América Espanhola"

Vamos lá pessoal: o que será que é América Espanhola?

Claro que são os países da América que foram colonizados pela Espanha, né. E como saber isso? Lembra da aula passada: é só dar uma olhada no idioma da galera: todos aqueles países da América que falam espanhol foram colonizados pelos espanhóis. DICA: veja a tabela da Libertadores (aquele campeonato de futebol que só tem times do nosso continente)!

Depois do primeiro século de colonização, lá por volta de 1600 e alguma coisa, começaram a surgir conflitos entre os colonos (que moravam na América) e o pessoal da Europa. Por causa da Revolução Industrial, países como Espanha e Portugal precisavam comprar matéria-prima (barata) para seus produtos industrializados (caros) e precisavam vender esses produtos industrializados (PACTO COLONIAL).

Demorou mais um tempo, e lá pelas primeiras décadas do século XIX, as colônias espanholas lutaram pela independência em relação à metrópole (Espanha). Mas atenção: foram vários acontecimentos e não uma revolução única, não aconteceu de uma hora pra outra.

O pensamento Iluminista (AULA 1), que colaborou para a Independência dos Estados Unidos (AULA 3) se espalhou pelas colônias espanholas: se eles conseguiram se livrar da Europa, porque nós também não podemos?

Além das novas idéias, as lutas pela independência foram comandadas pela consciência das elites coloniais:

- CRIOLLOS = que eram os filhos de espanhóis nascidos na América
- LATIFUNDIÁRIOS = que eram pessoas que produziam em grandes propriedades de terra e exportavam sua produção
- COMERCIANTES URBANOS

Todos esses caras aí de cima não curtiam os CHAPETONES, que eram as elites espanholas, ou seja: os espanhóis nascidos na Espanha mesmo.

O pessoas mais pobre da América, INDIGENAS, MESTIÇOS, HOMENS BRANCOS POBRES, também lutavam contra a metrópole, mas por razões diferentes. O importante é que o pessoaL da América se uniu e olha só no que deu...

Entre 1810 e 1828, aconteceram muitas revoltas. Uma das mais importantes aconteceu no México, e de lá se espalhou pelo resto da América Central. Na América do Sul surgiram dois homens muito importantes: SAN MARTÍN (1778-1850) e SIMÓN BOLÍVAR (1783-1830). Bolívar acreditava que depois da independência, todas as colônias da América deveriam se unificar. Mas isso não aconteceu, principalmente porque as elites locais preferiram garantir seus poderes nas regiões onde já atuavam.

Outro acontecimento interessante desse período foi a independência do Haiti, que era uma colônia francesa. O movimento teve início em 1791 liderado pelos escravos. Em 1825 o país conseguiu sua independência, mas a economia estava arrasada e a produção destruída.

Entre os governos europeus, praticamente nenhum colaborou com os movimentos pela independência da América Espanhola e do Haiti. Apenas o governo da Inglaterra deu uma forcinha: que boazinha, né!

Na verdade, a Inglaterra, que já tinha perdido os Estados Unidos, estava precisando de gente pra comprar seus produtos, por isso queria ajudar a América: para poder vender pra eles sem que a Espanha ficasse interferindo.

Em 1823 até o presidente dos Estados Unidos JAMES MONROE (1758-1831) anunciou a disposição dos Estados Unidos em impedir que qualquer país europeu estabelecesse colônias na América. Sua frase ficou conhecida no mundo todo: “A América para os americanos”, mas porque ele tinha tanto interesse em proteger a América? Porque assim como a Inglaterra, queriam fazer comércio e precisavam vender seus produtos.

Na próxima aula finalmente falaremos do Brasil: senta que lá vem HISTÓRIA! Até lá...

25 de abril de 2014

2014 / 9º ano - AULA 4 "República no Brasil"

Como vocês bem lembram, no fim do século XIX o Brasil era governado por D. Pedro II, ou seja: éramos um império. Durante seu governo, o Brasil cresceu bastante, principalmente por causa das plantações e exportações do café. Quem trabalhava nessas plantações eram os escravos descendentes de africanos (de várias regiões da África). Mas, depois de 4 séculos de escravidão, essa exploração passou a ser questionada, não só por 'dó' dos escravos, mas principalmente porque os países industrializados, como a Inglaterra por exemplo, precisavam de mercado consumidor. Como escravo não tem salário, ele não podia consumir, então deixou de trazer benefícios. No ano passado você estudou algumas leis que contribuíram para que, aos poucos, a escravidão acabasse no Brasil: Lei Eusébio de Queiroz, Lei do Ventre Livre, entre outras. Com a Guerra contra o Paraguai (1864-1870), muitos escravos foram libertados para participar dos combates, mesmo assim as elites brasileiras não queriam que a escravidão acabasse. Aos poucos o trabalho escravo foi sendo substituído pelo trabalho de imigrantes vindos da Europa (lembrando que a Europa passava por crises e guerras nesse período). Finalmente em 1888 a escravidão foi abolida de uma vez por todas. Mas isso não resolveu o problema dos escravos, que ficaram excluídos da sociedade, alguns até sem trabalho.

Pior que a situação dos escravos era a situação de D. Pedro II: as elites estavam indignadas com a abolição, o exército indignado com a Guerra do Paraguai que só trouxe gastos e nenhuma recompensa, além de tudo isso, a Igreja Católica (na época única do Brasil e influente na política) também estava insatisfeita com o envolvimento do imperador em lojas de maçonaria. E agora?

Em 15 de novembro de 1889 (um ano após a abolição) o Marechal Deodoro da Fonseca deu um golpe de Estado e assumiu o poder: o Brasil deixava de ser uma MONARQUIA e se tornava uma REPÚBLICA, e D. Pedro II foi obrigado a embarcar para Portugal.

Até hoje somos uma República, mas assim como em outros assuntos de História, podemos dividir esse período da História do Brasil em vários pedacinhos para estudarmos melhor. O primeiro pedacinho ficou conhecido como República da Espada (1889-1894), porque nessa fase o Brasil foi governado por membros do exército. Depois de muitas mudanças nas leis brasileiras (Constituição nova e tudo!), houve a primeira eleição de um cidadão 'sem farda', em 1894: Prudente de Moraes, cafeicultor (elite), que governou até 1898. Começa, então, o período chamado República das Oligarquias (1894-1930), popularmente conhecido como República Café-com-Leite. Recebeu esse nome porque todos os presidentes estavam ligados às elites produtoras de café (em São Paulo) e produtoras de lei (em Minas Gerais). Segue a lista de presidentes até aqui:

1889 - 1891 - Marechal Manuel Deodoro da Fonseca
1891 - 1894 - Marechal Floriano Vieira Peixoto
1894 - 1898 - Prudente José de Morais Barros ( Prudente de Morais )
1898 - 1902 - Manuel Ferraz de Campos Sales ( Campos Sales )
1902 - 1906 - Francisco de Paula Rodrigues Alves ( Rodrigues Alves )
1906 - 1909 - Afonso Augusto Moreira Penna ( Afonso Penna )
1909 - 1910 - Nilo Peçanha
1910 - 1914 - Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca
1914 - 1918 - Wenceslau Brás Pereira Gomes ( Wenceslau Brás )
1918 - 1919 - Delfim Moreira da Costa Ribeiro (Delfim Moreira )
1919 - 1922 - Epitácio da Silva Pessoa (Epitácio Pessoa )
1922 - 1926 - Authur da Silva Bernardes (Arthur Bernardes )
1926 - 1930 - Washington Luís Pereira de Sousa (Washington Luís )

Durante a República Café-com-Leite, foram muitos os abusos das elites, como o Voto do Cabresto (quando os eleitores votavam acompanhados de um jagunço para não 'errarem' o voto); o Coronelismo (quando o poder político local era de um grande proprietário de terra); as repressões violentas às revoltas populares... e assim por diante.

Lembrando: durante esse período aconteceu a Primeira Guerra Mundial, e vocês acreditam que para nós isso não foi tão ruim? Conseguimos aumentar nossa produção e até nossas exportações, porque os países europeus estavam muito ocupados com o conflito. Claro que com tantas mortes, o mundo inteiro acabou perdendo...

Em 1930 a Política Café-com-Leite sofreu uma revolta: um desentendimento entre as elites de São Paulo e Minas Gerais provocou uma grande manifestação popular que colocou um homem muito interessante no poder: GETÚLIO VARGAS. Mas veremos isso na próxima aula, até lá!

1 de abril de 2014

2014 / 9º ano - AULA 3: "Revolução Russa"

O que será que deu na cabeça dos russos pra abandonarem uma guerra mundial antes dela acabar?

Bem, a situação na Rússia não era das melhores. Vocês acreditam que em pleno século XX eles ainda eram governados por um czar (como se fosse um rei que mandava em tudo e em todos)? Mas a partir da metade do século XIX, o czar Alexandre II começou a fazer umas reformas para que a Rússia se industrializasse como seus vizinhos europeus. Claro que essas reformas não favorecem aos mais pobres, os servos, que se indignaram mas tiveram que aceitar, depois de violentos conflitos com as tropas do governo.

Enquanto os camponeses não tinham terra - para plantar e morar - nem comida, a Rússia foi se industrializando. Mas com que dinheiro? Empréstimos! Mas a população não aceitava essa situação calada, e várias manifestações, como greves, aconteciam com frequência. Em 1905 aconteceu uma dessas manifestações. O conflito foi tão violento que ficou conhecido como Domingo Sangrento. A partir de então, a sociedade começou a se organizar contra o governo, e criou grupos para representar politicamente a galera mais pobre. Esses grupos eram chamados de SOVIETES.

Em busca de ampliar sua influência no mercado mundial, a Rússia entou na Primeira Guerra Mundial, ao lado da Inglaterra e da França. Lembrem-se que todo país que entra em guerra pára de produzir comida e começa a produzir armas. Sendo assim, a população da Rússia, que já passava fome, viu sua situação piorar durante a guerra. Os operários criaram, então, um Partido Político que defendia o fim do capitalismo na Rússia (ou seja, chega de produzir para ter lucros enquanto os mais pobres passam fome), e implantar o Socialismo: dividindo as riquezas igualmente para toda a população.

Mas o partido se dividiu porque dentro dele as pessoas pensavam diferente: de um lado ficaram os Bolcheviques (maioria), liderados por Lenin; e de outro ficaram os Mencheviques (minoria), liderados por Plekhanov.

Em 1917 quem governava a Rússia era o czar Nicolau II. Nesse ano os Mencheviques conseguiram dar um golpe de Estado e assumiram o poder, depondo o cazar. Mas a crise continuou: a Rússia continuava gastando com a guerra e a população continuava sofrendo com os preços altos e a falta de comida. Em outubro do mesmo ano, os Bolcheviques tomaram o poder e tiraram a Rússia da guerra, implantando o Socialismo e distribuindo as riquezas do país para a população. Quem assumiu o poder foi o bolchevique Lenin.

Quando Lenin morreu, em 1924, iniciou-se uma disputa política entre Trotsky e Stalin. Stalin acabou vencendo essa disputa, se tornando um ditador excêntrico até sua morte em 1953. Durante a ditadura stalinista, os países próximos à Rússia que passavam por problemas parecidos aderiram à Revolução Socialista e passaram a compor o que ficou conhecido como União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e os opositores do governo foram perseguidos e mortos.

Puxa vida, até agora não falamos do Brasil, o que será que estava acontecendo aqui enquanto o mundo estava nessa confusão? É o que veremos na Aula 4...