15 de novembro de 2012

9º ano / 4º bimestre – AULA 4 “Brasil Atual”


Última aula do ano galera!!!

Na AULA1 falamos sobre como o Brasil finalmente se livrou do governo dos militares e voltou a ser uma democracia. Nesta aula veremos quem foram nossos governos a partir de então, preparados?

Bom, em 1989 aconteceram as primeiras eleições para presidente do Brasil. A disputa foi decidida no segundo turno entre Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva. Collor sabia muito bem como usar os meios de comunicação para sua campanha: apresentava-se como um homem jovem que queria moralizar e modernizar o país. O lema de sua campanha era “CAÇA AOS MARAJÁS” (marajás eram os funcionários públicos que ganhavam altos salários enquanto grande parte da população brasileira vivia na miséria). Lula era sindicalista, e suas propostas eram revolucionárias como Reforma Agrária, Reformas Sociais, entre outras.

Collor venceu as eleições, e a primeira medida de seu governo foi a implantação do PLANO COLLOR – esse plano confiscava todo o dinheiro que estivesse depositado nos bancos, numa tentativa de reduzir a circulação e acabar com a inflação. Realmente a inflação diminuiu, mas voltou meses depois. E é claro: a galera ficou com raiva do cara! Pra piorar a situação, em 1991 começaram a surgir denúncias de corrupção, e em 1992 os jovens brasileiros foram às ruas protestar: as denúncias se confirmaram e todos exigiam o IMPEACHMENT (impedimento) do presidente. Collor renunciou, e seu vice Itamar Franco assumiu o governo até o fim do mandato.

Durante o governo de Itamar Franco algumas medidas foram tomadas principalmente para tentar resolver aquele velho problema: a inflação. Em 1994, último ano do mandato, foi implantado no Brasil o PLANO REAL – esse plano criou uma nova moeda, o real que usamos até hoje, fixou medidas para reduzir as despesas públicas. Deu certo!

Aliás, deu tão certo que o cara que criou o Plano Real, o Fernando Henrique Cardoso, se candidatou e venceu as eleições para presidência da República. FHC foi o primeiro presidente a ser reeleito – governou por 8 anos e durante seu governo conseguiu estabilizar a economia do país.

Nas eleições de 2002, finalmente Luiz Inácio Lula da Silva entra pra história como primeiro presidente de origem operária no Brasil. Ele também foi reeleito e ficou no governo por 8 anos. Durante seus dois mandatos, equilibrou a situação social do Brasil com o PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA – esse programa transfere renda do governo federal para famílias em situação de pobreza, através de um benefício mensal. Muitos criticam esse programa por achar assistencialista e não resolver o problema na sua origem, que seria a falta de educação e outras condições básicas de vida digna. O governo de Lula ainda enfrentou graves denúncias de corrupção, que ficaram conhecidas como MENSALÃO. Essas denúncias ainda estão sendo julgadas, e as condenações dos responsáveis ainda estão sendo definidas.

Ao fim do governo Lula, nas eleições de 2010, mais uma vez um acontecimento de destaque para nossa história: é eleita a primeira mulher para a presidência do Brasil – Dilma Rouseff. Mas essa é uma outra história, que fica pra um novo encontro, em algum dia de nossas vidas...

Foi um prazer aprender com vocês durante este ano: desejo a todos muito sucesso, saúde e felicidade – Vamos continuar escrevendo esta HISTÓRIA!

9º ano / 4º bimestre – AULA 3 “A Influência dos EUA e a Globalização”


Vamos nessa: vocês já devem ter ouvido falar em Globalização nas aulas de Geografia, né? Então agora nós só vamos relembrar algumas coisas, ok?

Quando a União Soviética deixou de existir, e a Guerra Fria acabou, Os Estados Unidos passaram a ser considerados uma potência mundial, e influenciar em todos os países do globo. Esse poder dos Estados Unidos não apareceu de uma hora pra outra: desde a 1ª Guerra Mundial, em 1914, eles já tinham a intenção de se garantir economicamente – fizeram empréstimos e ‘ajudaram’ os países envolvidos na guerra a se recuperar. Na 2ª Guerra, ele entraram com força quando sua base em Pearl Harbor foi atacada pelos japoneses, mas nenhum conflito aconteceu em seu território, ou seja: sua economia estava relativamente protegida. Durante a Guerra Fria, eles gastaram bastante com armas e com a corrida espacial, mas por serem capitalistas, tinham sempre os lucros de suas empresas multinacionais direcionados para sua economia. Todo esse PODER ECONÔMICO tornou o dólar uma moeda internacional, aceita em vários países até hoje.

Outro destaque para a influência dos EA no planeta é o PODER MILITAR – eles são donos de um exército poderoso e do maior arsenal nuclear e espacial do mundo.

Além de tudo isso ainda tem o PODER CULTURAL E CIENTÍFICO – O inglês é a língua internacional, os filmes estadunidenses fazem sucesso em quase todos os países e eles ainda investem muita grana em pesquisa e tecnologia, como na área de informática, comunicação, medicina, entre outras.

Todo esse poder provocou uma influência em todos os países do mundo. Essa influência é muito positiva em certo sentido, uma vez que, favorecidos pela globalização – que é a integração dos países, conseguimos compartilhar novas descobertas da ciência e até novas formas de relacionamento humano. É por causa da globalização que hoje podemos denunciar crimes como tráfico de pessoas, tráfico de drogas, trabalho escravo, preconceitos...

O problema é que a influência dos EUA se estende no campo político, intervindo inclusive no governo de outros países. Em 1991, por exemplo, o presidente dos EUA George Bush (o pai), declarou guerra contra o Iraque alegando que o então ditador Saddam Hussein havia invadido o Kuwait. Em 2003, durante o governo de George W. Bush (o filho), novamente o Iraque foi invadido pelos estadunidenses que alegavam que eles estavam escondendo armas nucleares (o que nunca se confirmou!).. O ditador Saddam Hussein foi enforcado publicamente, essa cena rodou o mundo todo – globalização!

Todo esse domínio dos EUA e do sistema Capitalista, com sua busca por lucro custe o que custar, gerou no início do século XX um movimento conhecido como Fundamentalismo Islâmico, que tem por objetivo maior buscar soluções PRÓPRIAS para os problemas nacionais, com base em suas tradições, sem intervenção do modelo de vida ocidental.

Mas esse fundamentalismo tem combatido o modelo capitalista através do terrorismo. O principal símbolo desse ataque aconteceu em 11 de setembro de 2001, quando vários aviões foram lançados contra símbolos do Capitalismo estadunidense, a exemplo do edifício conhecido como “Torres Gêmeas”.

Esses atentados têm levado o planeta a refletir sobre a forma como estamos vivendo: estamos respeitando as diferentes culturas que existem em cada país, ou estamos tentando impor um modelo de vida que só busca o lucro independente do sofrimento do próximo?

Essa é para refletir... E na próxima aula falaremos novamente do Brasil... Espero vocês!

9º ano / 4º bimestre – AULA 2 “O Fim da URSS”


Vamos nessa, minha gente, como será que acabou aquele assunto do bimestre passo, a Guerra Fria?

Relembrando: a Guerra Fria foi um conflito não-armado entre os EUA e a URSS. Eles se ameaçavam e faziam propaganda de seus modelos econômicos: os EUA queria que todos se tornassem capitalistas, e a URSS queria que todos se tornassem Socialistas. Bem, hoje não existe mais esse lugar chamado União Soviética, e os Estados Unidos são um país muito importante. Isso quer dizer que os Esta Unidos venceram? Ou que a União Soviética é que perdeu? É a mesma coisa?

Vamos lá: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, tinha um território com pouco mais de 22 milhões de quilômetros quadrados, e abrigava mais de 120 nacionalidades. Ela deixou de existir em 1991, e agora nós vamos entender porquê.

Com toda essa galera junta e misturada, a chance dessa união dar certo era muito pequena mesmo. O maior país da URSS era a Rússia, e os russo tinham um sério preconceito com as outras nacionalidades. Isso já criava um mal-estar tremendo!

Além disso, a principal área de crescimento econômico da URSS era a indústria bélica – ARMAS. Durante muito tempo a produção de alimentos e roupas ficou super baixa, porque o governo estava preocupado em investir na corrida espacial e em armamento para ameaçar os EUA. Essa situação fez com que grande parte da população vivesse muito próximo da pobreza, chegando a passar fome.

Para tentar resolver isso, um cara chamado Mikhail Gorbatchev, que era Secretário Geral do Partido Comunista, criou umas reformas econômicas e políticas para tentar amenizar os problemas da URSS. Uma dessas reformas ficou conhecida como PERESTROIKA - dava liberdade de ação às empresas, além de conceder empréstimos. A outra ficou conhecida como GLASNOST – que permitiu a realização de eleições, liberdade de imprensa e debates públicos sobre o governo.

Mas nem todo mundo curtiu as idéias do Gorbatchev: muita gente achava que eles estava tentando transformar a URSS em uma região capitalistas, e fizeram protestos. O principal protesto aconteceu na Rússia em 1991, quando tentaram tirar o presidente Boris Yeltsin do poder. Não deu certo: o cara ficou, mas fez um acordo com os outros países e anunciaram o fim da União Soviética em dezembro de 1991.

Foi o fim da Guerra Fria e também o fim do Socialismo no Leste Europeu. A Alemanha já tinha arrebentado o Muro de Berlim em 1989, o que já indicava a vitória do Capitalismo naquele país. A galera do entorno seguiu o exemplo> aos poucos, os países foram se infiltrando no modelo capitalista e dando força a um movimento que hoje chamamos de GLOBALIZAÇÃO.

Vamos falar mais sobre isso?

9º ano / 4º bimestre – AULA 1 “Redemocratização do Brasil”


E aí galera, vamos ver como conseguimos nos livrar do governo dos militares e voltar a ter o direito de escolher nossos governantes... Preparados?

Como vimos no bimestre passado, os militares assumiram o governo do Brasil em 1964 alegando que iriam nos proteger do Comunismo e nos livrar da inflação. No início, a população brasileira até achava que daria certo, mas conforme o tempo passando, os militares governavam de forma cada vez mais rígida, e tudo e todos se transformaram em ameaças. A democracia – poder do povo – foi substituída por uma ditadura que ameaçava e amedrontava a população.

Em 1974, o general Ernesto Geisel assumiu a presidência da República, e prometeu conduzir nosso país de volta à democracia. Os descontentamentos com a ditadura e as denúncias de torturas e assassinatos faziam com que o Regime Militar se sentisse acuado, mas a democracia ainda demorou 10 anos pra voltar.

A população brasileira começou, então, a se organizar em grupos como sindicatos e associações. Essa organização e os crescentes problemas econômicos do Brasil fizeram com que aos poucos o governo dos militares fosse enfraquecendo.

Em 1979, foi decretada a Lei da Anistia, que permitiu que toda a galera que tinha sido expulsa do Brasil por fazer oposição ao governo, voltasse pra cá. E no início dos anos de 1980 começou a tomar um movimento que ficou conhecido como Diretas Já – as pessoas iam às ruas protestar e exigir o voto direto, ou seja, sem intermediação dos militares.

Em 1985 as eleições aconteceram, mas a população ainda não pôde votar. O que houve de diferente então? Os militares escolheram para a presidência um cara que não era militar: Tancredo Neves. O país respirou aliviado! Infelizmente Tancredo faleceu antes de assumir o governo. Quem assumiu em seu lugar foi o próprio vice: José Sarney (que hoje é senador e também presidente do senado).

Durante seu governo Sarney enfrentou aquele velho problema: a inflação. Para tentar acabar com ela, ele criou o Plano Cruzado: esse plano estabeleceu o congelamento dos preços dos produtos e o reajuste do salário mínimo. Não deu muito certo...

Apesar desses problemas econômicos, Sarney fez umas coisas legais: arrumou a legislação trabalhista e é claro a Legislação Eleitoral – a partir de 1988 a população brasileira teve de volta o direito de escolher livremente seus governantes, o que aconteceu em 1989, pela primeira vez após o Regime Militar. Voltaremos a falar disso na AULA 4.

Por enquanto, vamos ver o que estava acontecendo no mundo enquanto tudo isso estava acontecendo no Brasil...

8º ano / 4º bimestre – AULA 4 “Proclamação da República”


Última aula ano queridos! Vamos ver como o Brasil passou a ser uma República e expulsou de uma vez por todas a Família Real Portuguesa do Brasil...

A idéia de transformar o Brasil em República já era bem antiga. Desde o 2º bimestre que nós conversamos sobre um grupo de políticos brasileiros conhecidos como republicanos, lembram? Mas no final do século XIX esse grupo ganhou força com a insatisfação dos cafeicultores, que agora eram a elite econômica do país.

Durante o governo de D. Pedro II, o exército brasileiro ficou meio de lado na política brasileira. Eles tinham salários baixos, eram obrigados a ter uma rígida disciplina, e era muito difícil ser promovido na carreira. Além disso, em 1865, Uruguai, Brasil e Argentina formaram a Tríplice Aliança com o objetivo de aniquilar as tropas paraguaias que queriam saídas marítimas para escoar sua produção industrial. Os produtos paraguaios tinham que atravessar a região da Bacia do rio da Prata, que abrangia possessões territoriais do Brasil, Uruguai e Argentina.

Apesar de nos sairmos vitoriosos no conflito, o exército brasileiro não recebeu a recompensa e a importância que esperava pela atuação na guerra. A partir de 1880, uma série de conflitos entre D. Pedro II e oficiais do exército enfraqueceram o governo imperial.

Foi então que reuniões conspirativas entre militares e a elite republicana organizaram um golpe: na manhã do dia 15 de novembro de 1889, o Marechal do exército Deodoro da Fonseca marchou com suas tropas para a sede do governo, que foi obrigado a renunciar. O Brasil passou então a escolher seus governantes, como fazemos até hoje.

Como vocês devem ter observado, a população brasileira pouco participou da Proclamação da República, que foi liderada pelo exército e pela elite da época. Mas essa é uma outra história, que fica pro ano vem... Foi um prazer aprender com vocês durante este ano – Que venham novos episódios para nossa HISTÓRIA!!!

8º ano / 4º bimestre – AULA 3 “Transformações no Brasil em fins do século XIX”


E aí queridos, mais uma aulinha!

Como vimos na aula passada, os escravos estavam saindo de cena no Brasil em fins do século XIX. Mas quem é que vai trabalhar no lugar desses caras?

Bom, a partir de 1850, os países da Europa passaram por muitas dificuldades: guerras de unificação, secas, exploração industrial... Uma das saídas colocadas pelos governos desses países para essa população européia empobrecida era o trabalho na América.

O sonho de conseguir um bom emprego, de cultivar o próprio pedaço de terra e assegurar aos filhos um futuro melhor fizeram com que 4 milhões de imigrantes (quem chega) viessem para o Brasil nesse período. Com aquele problema da libertação dos escravos, o próprio governo brasileiro incentivava a vinda desses imigrantes pra cá.

Os imigrantes eram contratados pelo sistema de parceria: o fazendeiro pagava a viagem e sustentava o imigrante e sua família até a primeira colheita de café. Após a venda do café, o imigrante entregava ao fazendeiro metade do que havia produzido mais uma parcela correspondente à dívida da viagem e do sustento dados inicialmente. Coitados! Não sobrava nada pra eles!

Não demorou muito pra esses imigrantes, também chamados de colonos, começarem a reclamar dessa situação. Em muitas fazendas aconteceram até revoltas organizadas!

Na década de 1970, muita gente no mundo inteiro e aqui no Brasil também, começou a lutar pelo fim da escravidão. Isso fortaleceu o interesse do Brasil nos imigrantes. Foi lançado, então, um programa de imigração, subsidiado (pago) pelo governo brasileiro: a Imigração Subvencionada. De acordo com esse programa, o governo ficava encarregado de divulgar a imigração em países da Europa e pagar a viagem dos imigrantes e suas famílias, que receberiam um salário para trabalhar.

Aparentemente estava tudo se acertando, mas essa confusão em relação à libertação dos escravos estava deixando os cafeicultores cada vez mais insatisfeitos com o governo de D. Pedro II. Ele também pra ajudar, ainda se enfia numa guerra contra o Paraguai, enchendo o Brasil de dívidas...

Na próxima aula veremos que toda essa confusão deixou D. Pedro II muito mal visto no Brasil, e isso irá causar uma das maiores transformações de nossa história: a Proclamação da República! Vamos ver como foi?

8º ano / 4º bimestre – AULA 2 “Escravidão e Abolicionismo”


Vamos nessa queridos!

Com a ajuda do livro “Sociedade em Construção” estudamos a situação de populações africanas trazidas para o Brasil. Vamos relembrar?

Desde o 6º ano aprendemos que os seres humanos surgiram na África, e de lá se espalharam para os outros continentes. Mas é importante ressaltar que nem todos os seres humanos saíram da África: muitos ficaram lá. A África hoje é um continente com vários países, mas nem sempre foi assim. Antigamente era um continente com vário reinos, e cada um deles tinha uma organização diferente, uma religião diferente, um idioma diferente... Incrível, né!

Dentre os principais reinos africanos podemos destacar os reinos de Axum, o povo Berbere, os Bantos, o Império de Gana, o reino núbio... Mas apesar de todos esses reinos, a gente só estuda o Egito no 6º ano, já repararam? É que o Egito é uma parte da África onde as pessoas têm pele branca. Que absurdo!

Enfim, por volta do século XV, os europeus passaram a ter contato com os africanos, principalmente porque eles estavam tentando descobrir um novo caminho para chegar às Índias sem passar pelo território dos turcos (veja a AULA 3 do 6º ano). Essa viagem até as Índias pelo mar era muito longa, e os europeus ainda estavam descobrindo o caminho certo (não tinha GPS né galera!). Então, eles faziam várias paradas no litoral do continente africano, e assim passaram a conhecer esses povos que já citei.

Esses povos brigavam entre si, faziam guerras mesmo. E quando um povo perdia, virava escravo do povo que ganhava. Quando os europeus, como os portugueses passaram a ter contato com esse pessoal, começou a haver um comércio desses escravos. Prestem atenção: a escravidão começava dentro da África!

A viagem desses escravos para o Brasil era muito sofrida: sem higiene nenhuma, num aperto, com agressões físicas, além da humilhação mesmo. Quando chegavam aqui, eram vendidos para os fazendeiros como se fossem uma mercadoria mesmo. E o trabalho era duro: muitas vezes no sol, muitas horas por dia, sem qualquer tipo de benefício e ainda com muitos castigos físicos, como chibatadas.

Muitos escravos resistiam bravamente a essa situação: lutavam, fugiam, suicidavam... Muitas lutas de escravos ficaram famosas no Brasil, como a Revolta dos Malês e a Revolta Felipe dos Santos. Os escravos que conseguiam fugir se escondiam em quilombos (como uma aldeia). Pessoas brancas e pobres, além de indígenas também viviam nesses quilombos. O principal Quilombo do Brasil ficou conhecido como Quilombo dos Palmares, e o principal líder de escravos fugidos ficou conhecido como Zumbi. Ele morreu no dia 20 de novembro de 1695, e até hoje sua morte é lembrada como o Dia da Consciência Negra – uma tentativa de combater o preconceito racial no Brasil.

Durante muito tempo os portugueses fizeram esse comércio de escravos, que vinham da África para o Brasil. Mas durante o século XIX a Inglaterra passou a combater a escravidão no mundo inteiro. Ela era boazinha? Nada disso: ela tinha se industrializado! Lembrando: indústria é quando eu produzo alguma coisa de um jeito rápido, pra poder vender mais e ter mais lucro. Mas se eu produzo mais, e quero vender mais, eu preciso de gente pra comprar. Escravo tem salário? Não! Então vamos libertar os escravos, assim eles terão que trabalhar para viver, vão receber um salário e irão gastar esse salário comprando nossos produtos. Entenderam?

D. Pedro II, imperador do Brasil nessa época, ficou num dilema: não poderiam desobedecer a Inglaterra porque estávamos endividados com ela. Mas se libertasse os escravos, quem iria trabalhar nas fazendas de café? Ele começou então a fazer leis para impressionar os ingleses e mostrar a disposição do Brasil em libertar os escravos. Dentre essas leis “pra inglês ver” estava a Lei Eusébio de Queiroz – que proibia o tráfico de escravos da África para o Brasil. Não adiantou muito porque a partir daí se fortaleceu um tráfico interprovincial (entre as províncias), ou seja: vendia-se escravos que já estavam no nosso país. Outra lei criada nessa época foi a Lei do Ventre Livre, que libertava filhos de escravas – o que também não adiantou muito porque a mãe não poderia largar seu bebê pra fora da fazenda e dizer “Vai, meu filho, seja livre!”. Um último exemplo é a Lei dos Sexagenários, que libertava escravos maiores de 60 anos – essa foi a pior de todas: vocês acham que os escravos vinham da África com RG e Certidão de Nascimento? Então como saber a idade deles? Essa lei ainda trouxe problemas: escravos aparentemente envelhecidos que não rendiam tanto no trabalho, ou doentes, foram libertados/abandonados sendo considerados sexagenário... Fala sério!

Todas essas leis, e várias outras não acabaram com a escravidão de uma hora pra outra, mas diminuíram e prejudicaram o sistema escravista no Brasil. Em 1888 não teve jeito: foi assinada a Lei Áurea que libertava os escravos de uma vez por todas! Na próxima aula veremos como os cafeicultores vão se virar sem os escravos para trabalhar em suas fazendas... Até lá!

8º ano / 4º bimestre – AULA 1 “Economia Cafeeira”


Olá minha gente!

Vamos estudar sobre a economia do Brasil em meados do século XIX, preparados?

Antes de começarmos, vamos relembrar: quando os portugueses chegaram aqui, a primeira riqueza que eles exploraram foi o Pau-Brasil. Quando o Pau-Brasil acabou, eles começaram a explorar a cana-de-açúcar. Quando a cana-de-açúcar acabou eles começaram a explorar o ouro. E quando o ouro acabou eles começaram a explorar o café.

É interessante notar que essas riquezas não eram as únicas a serem exploradas. Elas eram as principais. Hoje por exemplo, o Brasil explora bastante a soja, mas não se produz apenas soja no nosso país, não é mesmo?

Enfim, continuando... No século XIX, o principal produto de exportação no Brasil era o café. Lembrando: exportação é quando a gente vende pra outro país. As plantações de café ocupavam principalmente a região que hoje chamamos de Vale do Paraíba, que é a região que moramos. Vale é toda a parte plana que fica perto de um rio. No nosso caso, o nome do rio que moramos perto é Paraíba do Sul, por isso Vale do Paraíba. Essa região já era conhecida porque na época da exploração do ouro, era por aqui que passava a galera – o ouro encontrado em Minas era levado até o porto do Rio de Janeiro para ser levado para Portugal. Tipo, a gente estava bem no meio do caminho. Com o café foi a mesma coisa: através das estradas de ferro, o café produzido aqui era levado para o porto do Rio de Janeiro, entre outros, para ser vendido para outros países.

Quem trabalhava nessas plantações eram os escravos: pessoas compradas em países do continente africano, a maioria de pele negra, e vendidas como mercadoria aqui no Brasil para servir de mão-de-obra. Veremos mais sobre esse pessoal na aula 2.

A riqueza produzida pelo café atraiu muitos investidores externos, e a região Sudeste se desenvolveu bastante nessa época. Surgia assim uma nova elite: os barões do café. Com os recursos obtidos com as vendas, os cafeicultores introduziam inovações técnicas nas fazendas, investiam em indústrias, bancos e é claro: nas ferrovias.

Mas em meados do século XIX a situação mudou um pouco... Veremos porquê na AULA3. Por enquanto, vamos entender melhor a situação dos escravos no Brasil: segue a AULA 2!

6º ano / 4º bimestre – AULA 4 “Islamismo”


Última aula do ano, minha gente! Vamos nessa...

Na aula passada vimos que o Império Bizantino foi tomado pelos turcos no século XV. Esse povo tinha costumes diferentes, e destes costumes podemos destacar sua religião. Aliás, essa religião passou a se espelhar bem antes do domínio turco pela região que hoje conhecemos como Oriente Médio: essa religião é o Islamismo.

A palavra islamismo vem do árabe islãm, que significa “submissão a Alá (deus)”. Sendo assim, o islamismo – assim como o Cristianismo – é uma religião monoteísta, ou seja, acredita em um só deus.

O islamismo foi em criado em 610 por um árabe mais conhecido como Maomé, e os seguidores do islamismo podem ser chamados de islâmicos ou de muçulmanos. Maomé nasceu na cidade de Meca, na península Arábica, por volta do século VI. Em sua tribo a religião praticada era politeísta. Mas Maomé era condutor de caravanas, por isso viajava bastante e conheceu várias culturas e religiões como o Cristianismo por exemplo.

Diz a lenda que, em 610, Maomé teve uma visão na qual lhe foi revelada a existência de um só deus. A partir daí, Maomé passou a divulgar sua visão criando uma nova religião, bem parecida como Cristianismo: o Islamismo.

O principal livro do islamismo chama-se Corão, palavra que significa “o que deve ser lido”. Nesse livro não estão escritas histórias mas sim mandamentos e normas de conduta que devem agradar a Alá (Deus) e melhorar a convivência.

Hoje o islamismo é a segunda religião com maior número de fiéis do planeta. No ano que vem vamos aprender como essa religião se espalhou e o que aconteceu com todos aqueles reinos que se formaram no Império Romano do Ocidente – vocês vão ver que tudo isso é uma coisa só!

Foi ótimo aprender com vocês neste ano! Ano que vem a gente volta com muito mais HISTÓRIA!!!

6º ano / 4º bimestre – AULA 3 “O Império Bizantino”


Vamos nessa galera: como será que ficou esse lado do Império hein?

Como vimos na outra aula, o Império Romano foi invadido por bárbaros e acabou se dividindo. Do lado do Ocidente as invasões continuaram após a divisão. Mas no lado Oriental as invasões pararam, principalmente porque a região não era fértil: não dava pra plantar e colher bastante porque o clima era seco e quente.

O Império Romano do Oriente era também conhecido por Império Bizantino por causa de sua capital, a cidade de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla em homenagem ao imperador Constantino. Era um cidade lindíssima, que chegou a ter 1 milhão de habitantes.

No século V, no ano 476, o Império Romano do Ocidente deixou de existir, e se subdividiu em vários reinos de povos bárbaros. A partir daí, o Império Bizantino passou a ser a única lembrança daquele período de esplendor e poder. Por isso vários imperadores do Império Bizantino, como por exemplo um cara chamado Justiniano, tentaram reconquistar o Império Romano do Ocidente para tentar voltar ao que era antes da divisão. Queriam unir tudo de novo mesmo.

O Justiniano até criou umas leis, que ficaram conhecidas como o Código de Justiniano, mas não deu muito certo não.

No século VIII, trezentos anos depois da divisão do império, os imperadores bizantinos começaram a cismar com o jeito da Igreja Católica no lado Ocidental: não gostavam daquela idéia de acreditar em imagens de argila ou madeira como santas. A briga foi tão feia, que a Igreja Católica se dividiu também: do lado Ocidental ela ficou conhecida como Igreja Católica Apostólica Romana, e o líder é o papa e pode fazer imagens. No Império Bizantino, ficou conhecida como Igreja Católica Ortodoxa Grega (porque a cidade de Bizâncio tinha sido uma colônia da Grécia no passado), e o líder era o Imperador do Império Bizantino.

Esse acontecimento ficou conhecido como questão ICONOCLASTAS, que vem da palavra ÍCONE que quer dizer SÍMBOLO. E a divisão da Igreja Católica ficou conhecida como Cisma do Oriente.

É legal a gente saber também que como o território do Império Bizantino não era legal pra plantar, eles precisavam fazer alguma coisa pra sobreviver. Então eles passaram a se dedicar ao comércio, principalmente marítimo, porque a cidade de Constantinopla era cercada pelo mar Mediterrâneo. Para se dedicar a esse comércio, eles faziam artesanatos, dentre esses artesanatos podemos destacar os mosaicos, que eram figuras formadas por vários pedacinhos, sempre com formatos geométricos.

No século XV, 1000 anos depois da divisão, o Império Bizantino foi invadido por um outro povo: os turcos. Eles tinham outra religião, e a partir daí tudo mudou nessa região. É o que veremos na próxima aula!!!

6º ano / 4º bimestre – AULA 2 “Migrações Bárbaras e Cristianismo”


Olá queridos, vamos ver como acabou o maior império de todos os tempos!

A crise do século III levou o Império Romano a um processo de RURALIZAÇÃO – quando as pessoas saem das cidades para ir morar nos campos. Além disso, quanto mais o império crescia, mais difícil era de administrar.

O imperador Diocleciano até tentou fazer umas reformas, mas não deu certo: ele acabou desistindo do trono e a luta pelo poder levou ao governo de um cara chamado Constantino.

Constantino queria manter o império unido para poder governar melhor. Então, em 313 ele deu liberdade religiosa para todos os habitantes do império, tipo pra ser popular mesmo. O nome dessa lei é Edito de Milão.

Apesar de todos os esforços, o império continuava a ser invadido por bárbaros. Alguns desse nem eram tão violentos e até passaram a fazer parte do exército. Diz a lenda, que o Rei Arthur era filho de uma bárbara com um romano, e na verdade nem era rei, era general do exército, mas era tão querido que era considerado rei. Pra vocês verem como os bárbaros já estavam infiltrados no território romano!

No final do século IV, o Cristianismo se torna a religião oficial do império. Por que será?

Vamos pensar um pouco: antes de toda essa confusão, os habitantes do Império Romano eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Quando Jesus nasceu, ele passou a ser perseguido pelos imperadores romanos que achavam que ele queria tomar o poder. Não tem como a gente provar que Jesus existiu ou que era filho de Deus mesmo. Mas, o que sabemos, é que realmente tinha uma galera que acreditava no cara. Quando a crise começou, a maior dificuldade dos imperadores era unir o império, porque era muito grande. Então eles pensaram: se todo mundo tiver a mesma religião e acreditar no mesmo Deus, o império tem uma chance de se unir. Foi o que fizeram: obrigaram a galera a se converter ao Cristianismo (religião MONOTEÍTAS, que acredita em um só Deus e que Jesus Cristo é filho de Deus, por isso o nome Cristianismo). Lembrando que o Cristianismo é uma religião, ou seja, existem várias igrejas que dessa mesma religião: Assembléias, Adventista, Batista, etc..

Mas a primeira Igreja cristã do planeta foi a Igreja Católica. Lembrando que a palavra CATÓLICA significa UNIVERSAL, porque era a única igreja que existia na época. No ano que vem vocês vão estudar como surgiram as outras igrejas cristãs que conhecemos hoje.

É importante ressaltar que a partir de então, toda a organização política passou a acontecer em função de Jesus Cristo. Por exemplo: nós estamos no a o de 2012, por que? Porque faz 2012 anos que Jesus Cristo nasceu. Entenderam?

Enfim, tornar o Cristianismo a religião oficial do Império não adiantou muito. Em 395 o imperador Teodósio dividiu o império em 2 pedaços para tentar governar melhor. De um lado era o Império Romano do OCIDENTE com capital em Roma e depois em Milão; de outro lado o Império Romano do ORIENTE com capital na cidade de Bizâncio, que passou a se chamar Constantinopla e hoje se chama Istambul.

Na próxima aula vamos falar sobre o Império Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino. Espero vocês!

6º ano / 4º bimestre – AULA 1 “Crise no Império Romano”


E aí, minha gente!

Nesta aula vamos ver como o maior Império de todos os tempos deixou de existir, preparado?

Como vimos no bimestre passado, o Império Romano ocupava um grande espaço: incluía a maior parte da Europa, o norte da África e um pedaço da Ásia. Grande parte dos trabalhadores do império era de escravos, e quem eram esses escravos? Eram os prisioneiros de guerra! Toda vez que havia um conflito e uma nova conquista de território, ao invés de matar todo mundo, os perdedores eram obrigados a trabalhar para os romanos como escravos.

Mas, como já dizia nosso querido Homem Aranha: “Grandes poderes exigem grandes responsabilidades”. Imagina: se você tivesse só um lápis de escrever, todo velho, você teria medo de esquecê-lo em cima da mesa durante o intervalo? Não, né – já está velho mesmo. Agora, se você tivesse um super mega estojo cheio de canetas coloridas e caras, você ficaria preocupado de esquecê-lo aberto em cima da mesa? Claro que sim! Quando mais coisa a gente tem, quanto mais poder, mas cuidado a gente tem que tomar, e mais responsabilidade temos que ter. Foi isso que aconteceu com o Império Romano: eles cresceram tanto, que começou a ficar difícil de governar.

Por volta do século, a crise começou a se manifestar. Dentro do Império já havia mais guerras, porque as guerras só aconteciam nas fronteiras em busca de mais territórios. Como não tinha guerra, também não tinha escravo. E como não tinha escravo, não tinha quem trabalhasse. E como não tinha quem trabalhasse, começou a faltar alimentos. Os imperadores, então, decidiram aumentar os impostos para tentar resolver o problema da crise. Os habitantes do império não gostaram nada dessa história. E muitas pessoas passaram a sair das cidades para ir morar nos campos, onde os impostos eram menores.

Ao mesmo tempo, povos que não pertenciam ao Império Romano começaram a invadir o império. Como as fronteiras eram muito grandes, faltavam soldados do exército para defender o território. Esses povos eram chamados pelos romanos de Bárbaros, querendo indicar que eram muito violentos. Mas os Bárbaros não eram um povo apenas, eram vários. Entre esses povos temos os Germanos, os Wikins, e muitos outros.

A população do império, com medo dos bárbaros, passou a construir grandes muralhas de pedra ao redor de suas propriedades, e grandes fortificações também de pedra, que ficaram conhecidas como castelos. Quem não tinha condições de construir fortificações, pedia proteção aos donos destas, e em troca trabalhavam de graça, como servos.

Como vocês perceberam, o Império Romano estava cheio de problemas. Na próxima aula veremos como esses problemas conduziram o império para uma divisão e para o seu fim. Até lá!