O clima econômico da segunda metade do século XIX permitiu às burguesias européia e norte-americana dominarem direta ou indiretamente regiões da América, África e Ásia. Nessas áreas, os capitalistas buscavam matérias-primas a baixo custo, a fim de baratear seus produtos, e mercados consumidores para sua crescente produção industrial. Essa expansão capitalista influenciou relações dos europeus entre si e com os habitantes dos demais continentes.
Os capitalistas também pretendiam investir os capitais excedentes em outros países. Passaram, então, a emprestar capital a governos e a empresas particulares dos continentes americano, africano e asiático e a financiar projetos em territórios desses continentes. Capitais europeus e norte-americanos possibilitaram, assim, a constituição de indústrias, bancos, companhias de gás e redes de ferrovias em diferentes países.
A Inglaterra, a Alemanha, a França e os Estados Unidos investiram maciçamente, por meio de empréstimos ou pela atuação de suas empresas, nas áreas de siderurgia, refinamento de petróleo, ferrovias e na agricultura. Os Estados Unidos exerceram crescente influência nas Américas e chegaram a interferir em questões internas de países como Panamá, Nicarágua e Cuba. Por sua vez, a Inglaterra e a França formaram imensos impérios coloniais.
No processo da expansão européia para outros continentes, os interesses econômicos associavam-se ao crescente nacionalismo. No século XIX, predominava entre os europeus a crença de que eram superiores aos habitantes da Ásia e da África. Acreditavam que a expansão européia representaria a transferência dos “benefícios” do capitalismo para os habitantes daqueles continentes.
Com o propósito de levar às populações africanas, asiáticas e americanas os “avanços” tecnológicos capitalistas e convertê-las à moral cristã européia, missionários, artistas, técnicos, professores, cientistas e aventureiros instalaram-se em alguns territórios da África, da Ásia e da América.
Enfim, procurando dominar direta ou indiretamente a economia dos países desses continentes, as burguesias e os governos europeus e norte-americano utilizaram diferentes estratégias. Uma delas era a concessão de empréstimos aos governos dos países dos continentes americano, africano e asiático para a realização de obras públicas, como construção de canais, açudes, ferrovias, companhias de gás e abastecimento de água.
Freqüentemente, esses governos não conseguiam pagar os empréstimos aos bancos. Assim, acabavam dependentes economicamente dos europeus e norte-americanos. Ainda que mantivessem governos próprios, os países dependentes estavam submetidos a uma forte dominação econômica e a pressões políticas dos governantes e capitalistas estrangeiros.
Na África e na Ásia ocorreram também formas de dominação mais diretas. Em várias regiões, tropas européias fortemente armadas fizeram intervenções e venceram a resistência das populações locais. Depois de dominadas, essas áreas passaram a ser administradas por funcionários estrangeiros. Essa forma de dominação direta é chamada de neocolonialismo, pois constituiu uma reelaboração do colonialismo imposto pelos europeus aos habitantes de outros continentes do século XVI ao século XVIII.
Nas regiões colonizadas, os funcionários europeus exerciam o papel de juízes, intermediando conflitos tanto entre os habitantes originais, quanto entre os europeus. Também supervisionavam a coleta de impostos e cuidavam das terras que adquiriam a preços baixíssimos.
Em alguns países da África e da Ásia, os europeus viviam em bairros especialmente construídos para eles, aos quais os habitantes locais não tinham acesso, a não ser para trabalhar como empregados. Nesses bairros especiais, os europeus dispunham de centros comerciais e igrejas próprios, e sua segurança era garantida pela presença de soldados europeus.
Em algumas regiões dominadas desses continentes, os europeus não exerciam controle político direto, mas garantiam o poder dos líderes locais aliados. Nessas regiões, chamadas de protetorados, os acordos entre esses líderes e os europeus impediam a maioria da população nativa de participar da política.
Independentemente do tipo de dominação a que estavam submetidos, africanos e asiáticos reagiram à presença dos europeus em suas terras. Em 1885, por exemplo, foi criado o Congresso Nacional Indiano, grupo político que tinha como objetivo conquistar a autonomia da Índia em relação à Inglaterra.
As lutas pela independência foram constantes em todos os territórios dominados pelos europeus na África e na Ásia. Tais lutas se intensificaram ao longo do século XX.
FONTE: DREGUER, Ricardo. História: conceitos e procedimentos, 8ª série. São Paulo: Atual, 2006.
ATIVIDADES:
1. Qual informação você achou mais interessante no texto?
2. O que você entendeu sobre NEOCOLONIALISMO?
3. Na sua opinião, como os países da América, África e Ásia poderiam ter reagido às explorações dos países da Europa e dos Estado Unidos?
4. Qual a relação entre NEOCOLONIALISMO e CAPITALISMO?
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professora como é o nome do filme que vc passau pra gente o nono e
ResponderExcluirresponda porfavor
bjs ass:luddy
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Ludmila, o nome do filme é "OGrande Ditador" de Charles Chaplin... Bom trabalho!
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