Texto de Oldimar Pontes Cardoso
No Brasil, até 1930, o candidato à Presidência da República
que vencia as eleições era sempre um aliado do presidente anterior. Candidatos
de oposição não tinham vez, pois o voto não era secreto e era muito fácil
alterar o resultado das urnas.
Com a vitória de Júlio Prestes nas eleições de 1930,
derrotando a candidatura de Getúlio Vargas, o governo permaneceu sob a
influência dos cafeicultores paulistas. A única forma encontrada para retirar os paulistas do governo foi a
violência: começou a ser articulado um movimento para derrubar o governo de
Washington Luis e impedir a posse de Júlio Prestes.
O presidente Washington Luis recebeu um ultimato de
oficiais-generais, exigindo sua renúncia. Como não renunciou, os militares
determinaram sua prisão no dia 24 de outubro de 1930. Os paulistas arruinados
pela Crise de 1929, não ofereceram resistência.
Mesmo apoiando o movimento de 1930, o Partido Democrático
de São Paulo (PD) não era considerado um aliado de confiança pelo governo
provisório de Getúlio Vargas. Apesar de fazer oposição ao Partido Republicano
Paulista (PRP), que representava os interesses dos cafeicultores do estado, o
PD era também composto de membros dessa mesma oligarquia.
Em janeiro de 1932, o PD rompeu oficialmente com o governo
Vargas. Em 23 de maio de 1932, quatro estudantes paulistas morreram em confronto
com tropas do governo e foram transformados em mártires. As iniciais de seus
nomes – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – foram usadas para nomear o MMDC,
sociedade secreta formada para derrubar o governo Vargas.
No dia 9 de julho de 1932, as tropas paulistas começaram a
se movimentar contra o governo. Apesar desse esforço, as tropas do governo venceram
a revolta em apenas três meses. Vargas acabou aprovando a nova Constituição em
1934.
De acordo com a Constituição de 1934, o sucessor de Getúlio
Vargas na Presidência da República seria eleito em janeiro de 1938, e Vargas
não poderia se candidatar À reeleição.
Mas em setembro de 1937, o governo divulgou o Plano Cohen:
um documento falsificado pelos militares brasileiros que anunciava um levante
comunista. Com base nesse documento, que só foi declarado falso em 1945, Vargas
anunciou pelo rádio o início do Estado Novo, passando a governar com plenos
poderes, sem ter que negociar com o Congresso Nacional, que permaneceu fechado
até 1945.
Um dos principais objetivos dos responsáveis pelo Estado
Novo era a industrialização do país, e para garantir o apoio da população a
esses projetos, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),
responsável pela divulgação de uma imagem favorável do governo. O projeto de
industrialização do Estado Novo teve seu auge em 1941, quando o governo Vargas
conseguiu do governo dos EUA a instalação de uma fábrica de ferro e aço no
Brasil. Em troca do apoio do governo brasileiro na Segunda Guerra Mundial, os
EUA financiaram a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta
Redonda, Rio de Janeiro.
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