A sociedade francesa do século XVIII estava dividida em 3 grupos,
também chamados de Estados: o CLERO (Igreja); a NOBREZA (ricos) e o 3º Estado ou
CAMPESINATO (mas não tinham só camponeses: havia muitos comerciantes e artesãos
também). Esse pessoal do 3º Estado era o único que trabalhava e pagava
impostos, e não poderiam trocar de Estado, porque acreditavam que os
privilégios eram concedidos por Deus no momento do nascimento.
Por volta de 1780 aconteceram alguns
distúrbios climáticos na França, como inundações e secas Daí a produção de
alimentos ficou prejudicada, os preços subiram, o comércio também ficou prejudicado
e boa parte da população começou a passar fome. O rei Luís XVI passou a buscar
soluções para a crise econômica francesa: ou ele obrigava os outros 2 estados a
pagar impostos ou aumentava os impostos sobre o 3º Estado. Para decidir isso ele
convocou uma Assembleia Geral: uma reunião com representantes dos 3 estados. Mas
as votações eram feitas por Estado e não por pessoa. Assim, o 1º e o 2º Estados,
que estavam cheios de privilégios, iriam combinar seus votos. O 3º Estado
lançou, então, uma campanha para que a votação fosse por pessoa e não por Estado.
O rei não concordou e o 3º Estado se retirou, afirmando que a partir daquele
momento estavam em Assembleia para escrever um novo conjunto de leis para a
França - uma Constituição. Imediatamente o rei mandou reprimir essa assembleia,
e no dia 14 de julho de 1789 os populares da cidade de Paris saíram às ruas em
protesto, saqueando armas e alimentos. Conseguiram apoio do exército, e
invadiram a Bastilha - uma prisão de pessoas que não concordavam com o governo
de Luís XVI.
Depois disso, alguns privilégios foram abolidos
pelo rei, e foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, um
documento que estabelecia a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre todos
os seres humanos. Mas o 3º Estado queria que o rei obedecesse a Constituição,
ou seja: não governasse sozinho e absoluto como sempre fizera. O rei começou a
fazer alianças com outros países contra seu próprio povo, pois não queria abrir
mão de seu poder. Os camponeses, junto com os burgueses, declararam que a
pátria estava em perigo, pois se sentiram traídos pelo seu próprio rei. Um
exército estrangeiro foi vencido pelo povo de Paris, e o rei foi julgado e
executado em praça pública.
O 3º Estado estava dividido em 2 grupos:
os GIRONDINOS e os JACOBINOS. Os girondinos eram os burgueses, e os jacobinos eram
os camponeses mais pobres. Quem assumiu o governo foi o Jacobino Robespierre:
ele era super radical e começou a perseguir e matar todo mundo que ele
considerava uma ameaça pra França e pro seu governo. Foi tanta gente perseguida
e morta que essa época ficou conhecida como o Período do Terror. Até amigos de
Robespierre foram considerados traidores, como Danton e Hebert. Esse terrorismo
fez com os jacobinos se enfraquecessem politicamente, daí os girondinos
aproveitaram a situação e deram um golpe: assumiram o poder, prenderam e
executaram Robespierre, e confiaram o poder a um Diretório - 5 deputados
burgueses iriam governar a França juntos. Se aproveitando da insatisfação da
população com esse governo, um general do exército chamado Napoleão Bonaparte
deu golpe nos girondinos e assumiu o poder, se auto intitulando imperador da
França.
Durante seu governo, Napoleão tomou
medidas para levantar a economia da França e manter o território protegido.
Distribuiu terras para os camponeses, criou o Banco da França e emprestou
dinheiro aos industriais, estimulou a educação criando escolas públicas... Tudo
isso fez com que a França se fortalecesse. Mas Napoleão queria mais: começou a
almejar expandir o território francês e ampliar o comércio com os países da
Europa. Para isso, ele precisava vencer a concorrência com a Inglaterra e fortalecer
seu exército. Decretou o Bloqueio
Continental: obrigou todos os países da Europa a não mais fazer comércio com a
Inglaterra, os que insistissem seriam invadidos e teriam seu território tomado
pelo exército francês.
Os países da Europa não ficaram contentes
com essas atitudes de Napoleão, e começaram a planejar formas de burlar o
Bloqueio Continental. A Rússia foi a primeira a fazer isso abertamente e foi
invadida pelas tropas de Napoleão. Usaram, então, uma tática de guerra
conhecida como 'terra arrasada' - foram recuando e atraindo o exército de
Napoleão para as regiões mais frias do país, e ao mesmo tempo iam queimando
suas próprias lavouras e tudo o que pudesse ser útil aos seus invasores. Com
fome e frio, o exército de Napoleão perdeu sua primeira batalha em Moscou no
ano de 1812.
Depois da primeira derrota, outras
aconteceram, e Napoleão finalmente foi vencido em 1814, quando foi enviado à
Ilha de Elba. Ele até tentou fugir e voltar ao poder em 1815, mas seu governo
durou 100 dias e ele foi capturado novamente. Morreu sozinho em 1821, isolado
em outra ilha.
A França voltou a ter um rei, Luís XVIII -
irmão do rei que fora guilhotinado no início da Revolução, e um Tratado foi
assinado na cidade de Viena, na Áustria, para que os territórios invadidos por
Napoleão fossem devolvidos. Uma Aliança também foi assinada por alguns países
da Europa para evitar que novas revoluções ocorressem.
A Revolução Francesa é um dos
acontecimentos mais incríveis da História da Humanidade, porque nela a
população se organizou contra seu próprio governante em busca de sobrevivência.
Claro que os burgueses estavam mais preocupados com seus bolsos do que com a
fome dos camponeses, mas só o fato deles começarem a buscar a ideia de Direitos
Humanos já foi uma grande vitória para todos nós...
Na próxima aula veremos a situação do
Brasil durante toda essa confusão na Europa, até lá!